Professor francês apresenta nova versão para Teoria dos Geossitemas

13/12/2011 14:50

 

O geógrafo e professor francês Georges Bertrand, da Universidade de Toulouse, apresentou sua versão para a Teoria do Geossistema em conferência na Universidade de Brasília, na última segunda-feira (4/10). Segundo ele, o planeta Terra vive uma época de crise ambiental, catástrofes naturais, escassez de água e pandemias. “Não se trata de mero ‘catastrofismo’, é a realidade e os geógrafos precisam se envolver mais para reverter essa situação”, afirma. 

A Teoria do Geossistema, criada ainda no século XVIII, busca estudar a relação entre os diversos componentes naturais em uma determinada região. Baseada em uma abordagem sistêmica, a teoria de Bertrand analisa fatores bióticos, abióticos e antrópicos associados a um território. Com o sistema GTP (Geossistema, Território e Paisagem), o professor representa o que ele chama de naturalismo antropizado. “Dessa forma é possível medir o impacto material do homem na natureza”, explica. 

Segundo ele, o território é a forma de uso político, social e econômico do espaço geográfico e dos recursos naturais. Já a paisagem representa a expressão cultural e os significados que são atribuídos ao meio ambiente. Para Bertrand o desafio dos geógrafos é compreender todo esse conjunto. “Não acredito que exista geografia física sem a humana. Se não tivermos uma visão global será impossível analisar o mundo atual”, conclui. 

Bertrand ressaltou a importância dada na atualidade ao desenvolvimento sustentável e aos impactos das ações do homem sobre o meio ambiente. Para ele, esse é um desafio econômico, político e cultural para todos os países. “Necessitamos de uma verdadeira revolução”, alerta. 

Ferramentas 

Segundo o professor, a geografia necessita de novas ferramentas para analisar e explicar o conjunto dinâmico do mundo atual. “Hoje não temos boas ferramentas como antigamente. Devemos resgatar a dimensão geográfica”. Para ele, a ecologia, disciplina desenvolvida entre as décadas de 50 e 60, revolucionou a ciência. “É uma disciplina diagonal, interdisciplinar. Por que não usar o conceito de ecossistema quando falamos do meio ambiente?”. 

Segundo o geógrafo, o homem ainda é visto apenas como agente comum do meio ambiente. “Temos que introduzir o homem no meio ambiente, saber como vive, como trabalha, como interage com o meio e por que faz parte dele”. Só assim, ressalta o cientista francês, será possível fazer uma análise mais precisas dos impactos da ação humana sobre os ciclos naturais. 

Para conhecer mais baixe este artigo, ele vai contribuir bastante para seu conhecimento:  Geografia física, geoossistemas.pdf (187,7 kB)